Thanatos wrote:Lady Entropy wrote:Esta antologia não é um bocado enganosa?
Mas ouve, se calhar não sabes, ou não te lembras, ou não acompanhaste o blogue do LFS mas a verdade é que antes da antologia houve um concurso a nível internacional para angariar contos para esta antologia.
Blogue do quê?
Confesso que não me lembro NADA de menções desta antologia, e por isso mais estupefacta fiquei quando descobri que a antologia era uma muitíssimo bem feita "fake" (a antologia é graficamente LINDA). E que fique desde já notado que nada me objecciono ou me zango por ser um fake. Acho piada.
Só que...
Um membro deste fórum até chegou a participar. A ideia era embarcar na brincadeira. Eu até comentei por aí na brincadeira que afinal não se sabiam onde estavam os autores selecionados. Naturalmente que tem de se ter muita paciência para e ler as notas introdutórias para dar com as brincadeiras.
A indicação de que se trata de uma brincadeira é uma minúscula nota na ficha técnica que nem sequer é particularmente clara. E que parece apenas uma variante no habitual "todas as pessoas e eventos mencionados são total coincidência". Não é preciso ser paciente. Tem de se ser adivinho.
Há outros livros que fazem isto, e simplesmente metem uma página no fim (ou no início) exactamente a dizer "Isto foi uma brincadeira e divertimo-nos muito". Eu eu sou danada para a brincadeira, e teria achado montes de piada. Esta é daquelas coisas que são divertidas quando o engodo é óbvio.
Quanto ao que vejo o Lovercraft queixar-se, pelo que me parece, é que por um lado os senhores no Facebook parecem chamar as pessoas que não se aperceberam que a antologia é uma "fake" patos. Posso estar enganada, mas é mesmo o que parece -- e quando vão por outro lado agradecer a critica do Publico.
Só que esta crítica também é enganosa - se realmente o Casanova sabia que o livro era um embuste porquê prolongar o engano? Porque não meter uma indicação que mostrasse a brincadeira? Admito que só li por alto, mas... parece do principio ao fim que o Senhor Casanova toma este livro como verdadeiro (o que torna ainda mais dificil perceber o embuste). E as pessoas que leram a crítica do Publico, e decidem, por exemplo, usar a antologia como livro de referência?
Agora, não tomem isto como um ataque ao valor da coisa. Simplesmente acho que deveriam ter pensado melhor como fazer o disclaimer.
dracopt wrote:LOL
É que eu também ainda só folheei e, sorte ou azar, dei logo com o aviso à primeira.
E, não tendo estado envolvido em absolutamente nada dessa antologia, organização ou escrita, pareceu-me que estavas a ser injusta no teu comentário para com as pessoas que a idealizaram e construiram. E, tal como se diz, assim é que começam os boatos...
Fui folhear melhor...
Pois olha, a tua ideia de ESCARRAPACHADO e LETRAS GARRAFAIS difere da minha. Eu não considero que a seguinte frase "O presente livro é uma obra de ficção. Todas as personagens e situações são inventadas. A menção ocasional de indivíduos, empresas e instituições históricas refere-se unicamente à sua natureza enquanto figuras públicas e destina-se exclusivamente a fins literários no contexto da presente obra, não pretendendo constituir, em nenhum momento, uma representação fidedigna e verídica dos mesmos." ESCRITA A FONTE DE TAMANHO 8, no meio da ficha técnica, como algo escarrapachado nem a letras garrafais -- e olha que sou míope, por isso, não tenho dificuldade nenhuma em ver coisas pequeninas ao perto.
Agora, podia ser falsamente modesta (ou passivo-agressiva) e por-me com coisas do género "Ah, pá, se calhar sou eu que sou burra e não percebo linguagem tecnocrata."
Mas... honestamente? Considero-me uma pessoa moderadamente educada e com suficiente inteligência para andar e mascar pastilha elástica ao mesmo tempo. E nunca na vida teria percebido o que isto queria dizer para além do tal normal "todos estes contos não são reais, por favor não nos processem por contar aqui a vida da vossa tia Jaquina".