<!--sizeo:4-->[size=125]<!--/sizeo-->Zé Grande<!--sizec-->[/color]<!--/sizec-->
<!--sizeo:2-->[size=85]<!--/sizeo-->Uma história de merda que mesmo assim não cheira mal<!--sizec-->[/color]<!--/sizec-->
Zé grande era conhecido pelo seu peidar. Homem de traques sonoros e de poucas falas, tornara-se famoso na pequena vila onde vivia quando, desde os seus dez anos de idade, tinha demonstrado capacidades acima do normal no que a gases dizia respeito.
Mas afinal qual o motivo de tanta conversa e controversa sobre tal flatulenta personagem. É que os seus peidos tinham tanto de sonoro como de inodoro o que, diga-se de passagem, em muito facilitava o seu convívio social. Pois se juntássemos ao ribombar do trovão que soltava, de quando em vez, a nuvem tóxica correspondente e expectável, tal criaria, no mínimo, um microclima que colocaria a vila onde residia a par de Estarreja e outras terras de má reputação no que aos odores diz respeito.
Mas Zé Grande tinha uma particularidade ligada a esse fenómeno intestinal que era digna de nota. É que os sons que produzia não aconteciam aleatoriamente ou conforme a alimentação ingerida, podendo ser possível culpar uma feijoada da véspera ou qualquer outra refeição mais pródiga em leguminosas. Não. Rapidamente toda a gente da terra se apercebeu que Zé Grande se peidava de cada vez que ouvia uma mentira e com um gradiente sonoro ligado à enormidade da mesma. O que fazia que, em tempos de campanha eleitoral, o vilarejo parecesse que estava debaixo de um bombardeamento aéreo.
Por muito que estas estranhas capacidades das entranhas de Zé Grande fossem comentadas apenas na vila, rapidamente chegaram a ouvidos externos, primeiro contados como uma curiosidade local, qual fenómeno do Entroncamento, mas mais tarde capturados pelo SIS que se interessou pelo caso.
Hoje Zé Grande largou a barbearia onde trabalhava desde os dezasseis anos com o seu pai. Instado a colaborar com o bem da nação, ocupa um lugar destacado na Polícia Judiciária como detector de mentiras biológico.