Sulimão o Cinzento bateu á porta da casa de Rolim o Azul e entrou sem esperar resposta, ainda a tempo de ver Rolim enfiar rapidamente o livro que lia na gaveta da velha mesa de trabalho.
Sulimão saudou o feiticeiro mais velho com o ritual apropriado. Pediu-lhe em seguida uma porção de dente de dragão moído e um saquinho de erva-de-luar. Quando Rolim se dirigiu ao compartimento vizinho para satisfazer o pedido, Sulimão abriu a gaveta, retirou o livro que fez desaparecer numa algibeira da túnica e fechou a gaveta sem ruído. Rolim voltou com os ingredientes e Sulimão agradeceu e retirou-se rapidamente.
Já fora de casa e depois de dobrada a primeira esquina, Sulimão retirou o livro da algibeira e olhou a capa. “Vollüspa”, leu em voz baixa, e pensou “que feitiços secretos estarão guardados nestas páginas?”
Abriu o livro com sofreguidão, ao acaso, e sofreu um choque: as páginas estavam em branco. Folheou com pânico crescente para a frente e para trás e rapidamente concluiu que todas as páginas estavam em branco!
Na residência donde acabava de sair, Rolim, observando a cena no seu espelho mágico, ria perdidamente, vendo o resultado do feitiço para fazer desaparecer todas as letras de um livro e imaginando a frustração de Sulimão. E já tinha uma ideia para melhorar o feitiço: quando o livro fosse folheado, não só exibiria as páginas em branco, como se ouviriam gargalhadas diabólicas, capazes de fazer gelar o sangue ao ladrão mais calejado.
E agora tinha de ir comprar outra Vollüspa, mas o que se tinha divertido com a partida que pregara a Sulimão compensava bem a despesa adicional.[/quote]
Será que corremos o mesmo risco de chegar a casa e as letras do texto desaparecerem para darem lugar a páginas em branco?

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Falei com o Rolim e ficou acordado entre nós que ele não vos faria essa maldade
