Texto inicial:
Estava um dia bonito, céu azul, uma leve brisa no ar, no entanto naquele campo, onde a florestação dançava com a passagem da brisa, o que estava prestes a acontecer era tudo menos bonito. As tropas alinhavam-se para o combate. Um monte de expressões vazias preenchia aquele campo. A brisa acariciava os seus rostos, como a despedir-se deles, um adeus final àquelas vidas desperdiçadas. A tristeza preenchia o vazio entre eles. E de repente nuvens negras cobriram o céu, que antes era azul, em sinal de protesto. Começou a chover. A chover morte. Essa morte serviu senão para limpar lágrimas, sangue, tristeza e os restos mortais de vidas sem significado….
Texto final:
Estava um dia bonito, céu azul, uma leve brisa no ar, no entanto naquele campo, onde a florestação dançava com a passagem da brisa, o que estava prestes a acontecer era tudo menos bonito. As tropas alinhavam-se para o combate. Um monte de expressões vazias preenchia aquele campo. A brisa acariciava os seus rostos, como a despedir-se deles, um adeus final àquelas vidas desperdiçadas. A tristeza preenchia o vazio entre eles. O confronto entre as duas aldeias estendia-se há tanto tempo que já ninguém se lembrava quem tinha iniciado o conflito. A única coisa que sabiam era que lutavam pelo controlo do campo. Ambos os lados avançaram. E de repente nuvens negras preencheram o céu, que antes era azul, como em sinal de protesto. Começou a chover. Começou a chover morte. Duas massas humanas prestes a embater uma contra a outra. A chuva não atrasou o seu avanço. E num choque letal as duas massas chocaram, a chacina tinha-se iniciado. A preocupação de cada soldado era matar o maior número possível de adversários sem nunca recuar. Eliminar o inimigo e assegurar o controlo do campo. Ao fim de algum tempo de combate as duas massas atravessaram-se. Os soldados deram uma volta de cento e oitenta graus e reorganizaram as fileiras. Mais uma vez avançaram para a morte. Os que tropeçavam nos corpos dos mortos, eram quase certamente espezinhados até à morte. Continuava a chover. A chover morte. De novo os exércitos embateram e recomeçaram o que tinham iniciado à momentos atrás. A fadiga corroía-lhes o corpo, corrompia-lhes os sentidos. A chuva não ajudava, o piso lamacento atrasava-lhes os movimentos e um pé no lugar errado custava-lhes muitas vezes a vida. No entanto continuavam a combater por uma causa perdida. Os corpos despojados de vida amontoavam-se, a erva era agora vermelha. Os soldados que conseguiram sobreviver ao segundo embate já não se viraram para trás, mas continuaram em frente, em direcção a casa. A chuva limpava agora as lágrimas, o sangue, a tristeza e os restos mortais de vidas sem significado. Não havia feridos. E ninguém voltou para reclamar os corpos. Os corpos pertenciam ao campo. A mãe natureza limpava agora o seu campo, e preparava-o para outro combate ….