James Whale nasceu em 1889, vindo a falecer em 1957 tendo sido realizador de cinema, teatro e actor. Actualmente é reconhecido pelo seu trabalho dentro do género do cinema de Horror, tendo realizado Frankenstein (1931), The Old Dark House (1932), The Invisible Man (1933) e Bride of Frankenstein (1935), todos reconhecidos como clássicos do género. Whale realizou mais de uma dúzia de filmes noutros géneros, incluindo aquele que se considera ser a versão definitiva do musical, Show Boat (1936). Com o tempo desencantou-se da sua associação ao género do Horror, mas muitos dos seus filmes fora do género caíram na obscuridade.

Nascido no seio duma família numerosa, em Dudley, Inglaterra, Whale cedo descobriu o seu talento artístico e estudou arte. Com o começo da Primeira Guerra Mundial, alistou-se no exército Britânico e chegou a oficial. Foi capturado pelo alemães e durante o tempo de cativeiro ganhou interesse pelo Drama. Após a libertação no fim da guerra tornou-se actor, cenógrafo e realizador. O seu sucesso na realização da peça Journey's End, em 1928 levou à sua mudança para os Estados Unidos, primeiro para dirigir a peça na Broadway e mais tarde para Hollywood onde começou a realizar filmes. Lá viveu até ao fim da sua vida, a maior parte dela na companhia do seu parceiro, o produtor David Lewis. Whale realizou uma dúzia de filmes para os estúdios Universal entre 1930 e 1936, desenvolvendo um estilo caracterizado pela influência do expressionismo alemão e por câmaras muito móveis.

A homossexualidade de Whale foi muito discutida (sendo o tema dominante no biopic, Gods and Monsters) por críticos de cinema que encontram traços da mesma ao longo da sua obra, com especial preponderância no díptico Frankenstein/Bride of Frankenstein. Nas décadas de 20 e 30 alguém assumir-se abertamente como gay era quase virtualmente desconhecido, apesar disso foi assim que Whale decidiu viver tendo tido uma relação estreita com David Lewis entre 1930 e 1952. Embora não proclamasse a todo o momento a sua homossexualidade também não a escondia. Sugestões que indicam que a carreira de Whale foi cerceada devido a homofobia são afastadas pela maior parte dos críticos e estudiosos de cinema.

Com o reconhecimento amplo na década de 70 da homossexualidade de Whale alguns estudiosos e críticos de cinema, notoriamente Vito Russo, encontram na figura de Pretorius, desempenhada por Ernest Thesiger, também ele declaradamente gay, uma personagem que encarna como sendo um Mefistófeles gay, uma figura sedutora e provocante, chegando ao ponto de afastar Frankenstein da sua noiva na noite de casamento para se dedicarem ao acto de criação de vida não natural.

Bride of Frankenstein é um filme de 1935 e a primeira sequela de Frankenstein (1931). No elenco conta com Boris Karloff, Elsa Lanchester, Colin Clive e Ernest Thesiger.

O filme começa imediatamente a partir dos eventos do anterior e baseia-se num sub-enredo do romance original. No filme, Henry Frankenstein abandona os planos de criar vida, apenas para ser novamente tentado e finalmente coagido pelo Monstro, encorajado pelo velho mentor de Henry, Dr. Pretorius, a construir uma companheira para ele.

Os preparativos para a rodagem do filme começaram logo após a estreia do primeiro filme mas problemas no guião atrasaram o projecto. A rodagem de cenas principais começou em janeiro de 1935 com muito do pessoal técnico e criativo do primeiro filme a regressar para a sequela. A estreia do filme foi recebida com entusiasmo quer pela crítica, quer pelo público, embora enfrentasse alguns problemas com os corpos de censura nacionais e estatais. Desde a sua estreia a reputação do filme tem aumentado significativamente sendo considerado a obra-prima de Whale. Estudiosos contemporâneos, sabendo da homossexualidade de Whale e de outros participantes no elenco, encontraram traços de sensibilidade gay ao longo do filme, embora vários associados de Whale neguem esses traços.

O estúdio considerou a sequela a Frankenstein desde as primeiras amostragens em 1931, quando se alterou o final original para permitir a Henry sobreviver. Whale inicialmente recusou realizar Bride... alegando que tinha «espremido a ideia toda». Após o sucesso de The Invisible Man, o produtor Carl Laemmle, Jr. percebeu que o único realizador possível para a sequela seria James Whale; este aproveitou-se da vantagem para persuadir o estúdio a deixá-lo realizar One More River. Whale achava que a sequela não suplantaria o original daí ter decidido fazer uma brincadeira memorável.

O argumentista Robert Florey escreveu um guião inicial entitulado The New Adventures of Frankenstein – The Monster Lives! mas foi rejeitado de imediato e sem explicação no início de 1932. Foi o argumentista da Universal Tom Reed que escreveu o guião preliminar com o título The Return of Frankenstein, título esse que se manteve até ao começo das filmagens. Com a aceitação em 1933 do argumento preliminar, Reed escreveu o argumento final que foi submetido ao Hays (entidade que regulava os códigos de censura da produção cinematográfica entre 1930 e 1968). O argumento passou mas Whale queixou-se que o mesmo não prestava. Os guionistas seguintes foram L.G. Blochman e Philip MacDonald mas também o trabalho deles foi considerado insatisfatório por Whale. Em 1934 Whale pediu a John L. Balderston para trabalhar em mais uma versão e foi então que o episódio do romance em que a criatura pede uma parceira foi considerado. No romance Frankenstein cria uma parceira mas destrói-a antes de lhe dar vida. Balderston também congeminou o prólogo com Mary Shelley. Após vários meses Whale ainda não estava satisfeito com o trabalho de Balderston e entregou o projecto a William J. Hurlbut e Edmund Pearson. O guião final, combinando elementos destas versões foi submetido ao Hays em novembro de 1934.

Traduzido e adaptado da Wikipedia (James Whale e Bride of Frankenstein) por R. Morgado.